MANUSCRITOS IV

O ardil e a flor do cacto

Quando dobrei a esquina, na madrugada fria da pequena cidade que fica no sopé da montanha que acolhe o mosteiro, não vi a clássica bicicleta do sapateiro encostada no poste em frente à oficina. Pensei não o encontrar para uma xícara de café fresco e uma conversa vadia. Contudo, o atelier estava aberto. Fui recebido pelo Loureiro com um sorriso sincero e um forte abraço. Perguntado pela ausência da bicicleta, ele explicou que Francis, o seu sobrinho mais jovem, filho temporão da sua irmã mais nova, tinha ido à padaria buscar pães da primeira fornada do dia, além de um pedaço do bom queijo fabricado na região, famoso pelo sabor delicado. Não demorou, Francis estava de volta. Era um adolescente, já próximo a entrar na fase adulta. Tinha um rosto com traços delicados e cabelos negros compridos na altura dos ombros. Sem dúvida, um rapaz bonito. Ele me cumprimentou com educação, porém sem entusiasmo. De início, o achei tímido. Depois, enquanto o Loureiro passava um bule de café fresco, perfumando o ambiente ao se misturar ao aroma do couro, já impregnado à oficina, Francis e eu preparávamos os sanduíches, notei que o rapaz não era tímido. Em verdade, revelava uma grande tristeza através do olhar. Um pesar que me pareceu instalado há algum tempo, como um sofrimento silencioso e já sem dono ou domínio.

Loureiro, como um bom amigo que conhece o outro apenas ao olhar, enquanto enchia as nossas canecas com café, comentou: “Os olhos são as projeções da alma”. Francis não entendeu, tampouco deu importância ao comentário do tio. Eu compreendi o recado do sapateiro. De fato, havia muita tristeza naquele rapaz. Não foi difícil perceber que o sobrinho estava ali para conversar com Loureiro. O artesão, amante dos vinhos tintos e dos livros de filosofia, era famoso tanto por sua habilidade em costurar o couro quanto por tecer as ideias. Fiz menção em ir embora, sob alegação que a minha carona para o mosteiro não demoraria, para que pudessem ficar a sós. O sapateiro me pediu para ficar. Disse que talvez eu pudesse ajudar. O jovem fez um gesto como quem diz não se incomodar. Francis me contou que tinha ido morar na capital para cursar o ensino médio em uma escola renomada. Há pouco tempo tinha ocorrido um breve período de protestos, nos quais o jovem teve participação efetiva, inclusive se manifestando de maneira violenta. Junto com outros rapazes, quebrou algumas lojas e carros. As manifestações diminuíram de tom até cessar por completo. Políticos da oposição tinham conseguido acordos com o governo. Contudo, ele tinha a sensação de que, salvo o discurso, nada mudara. Trazia o sentimento de ter lutado em prol de coisa nenhuma. Então, a violência com que Francis se movimentava deu lugar à tristeza. Antes, porém, passou por uma fase de diversão barata, com relacionamentos efêmeros, música alta e excesso de álcool. Comentou sobre a sua insatisfação quanto ao mundo, aosistemae as pessoas em geral; reclamações de características genéricas e pouco específicas. Confessou que, sem saber como, quando se deu conta, tinha perdido o interesse pela vida.

Na semana anterior, tinha ingerido um caixa de ansiolíticos junto a meio-litro de gim. Quase morreu. Quando teve alta hospital, a sua mãe o trouxe de volta para a pequena cidade onde ele vivera na infância e grande parte da família morava desde sempre. Francis disse que achava aquele lugar ainda mais chato do que a capital. Ao contrário dali, onde o tempo parecia não passar, nas cidades maiores, ao menos, as coisas aconteciam. Ou pareciam acontecer, observou. 

Tive uma breve, porém significativa, troca de olhares com o Loureiro. Era o mito da semente abandonada; estávamos diante do arquétipo do jardineiro adormecido

O sapateiro começou a construir o seu raciocínio: “Desde o nascimento vivemos sob a influência de diversos condicionamentos, desde ancestrais até culturais, que nos mantêm em constante nível de insatisfação. Quando a flecha atinge o alvo, este desparece. Outros disparos, nenhuma sensação de vitória. O suficiente nunca é o bastante. Vivemos alicerçados em conceitos nos quais toda satisfação tem curta duração”.

Acrescentei que estamos sob a enorme influência de informações e propagandas. Não por acaso, as informações costumam estar a serviço da propaganda, seja mercantil, seja ideológica. Loureiro se intrometeu para, com um sorriso maroto, alertar que eu era dono de uma agência de publicidade. Francis me olhou assustado como se eu fosse incoerente, insensível, hipócrita ou mesmo maluco. Sorri de volta para o sapateiro; eu entendia o aprofundamento que ele desejava oferecer à compreensão do sobrinho. Expliquei que a propaganda era necessária à indústria e ao comércio. O consumo, assim como a publicidade, não é necessariamente um vilão. Ao contrário, precisamos vender produtos e serviços para gerar empregos e rendas, sob pena retrocedermos a períodos de recessão, fome e miséria. O problema não é o consumo, a propaganda ou a informação; todos são importantes e têm o seu lugar. A questão é como nos relacionamos com essa rede de influência. A maneira equivocada do uso é que estabelece o abuso. Isto ocorre quando não entendemos os limites que devemos impor e a maneira saudável de lidar com uma situação bem comum ao cotidiano de todas as pessoas. Se faz necessário compreender que aquilo está disponível para uso não pode se tornar um objeto de dominação. Nenhuma situação pode ter o poder de lhe possuir.

Loureiro ajudou: “Não há nada de errado em comprar um carro novo, uma casa maior, uma roupa da moda ou adquirir um aparelho com tecnologia de ponta. O problema está em acreditar que a sua felicidade depende disso. Nada daquilo que está no mundo, seja algo ou alguém, pode ter força para furtar a sua paz e lhe impedir de ser feliz. Não existe situação que lhe cause carência para ser digno e livre. Ou mesmo amar”.

Expliquei que o equívoco está na ilusão de que a maneira como eu me visto, o meio de transporte que uso, celular que utilizo ou a tribo a que misturo, mesmo as virtuais, são determinantes para estabelecer quem sou. No mesmo diapasão estão as ideias que abraço e compartilho. Informações são como cápsulas de ideias. Contudo somente se tornam conhecimento quando tenho interesse em me aprofundar nelas, de buscar as suas origens, motivações e aplicações. Se faz indispensável metabolizar as ideias: são legítimas e equilibradas, trazem virtudes em si ou escondem interesses escusos, preconceitos e dogmas? Embora possa não parecer, estilo de vida não se define com a roupa que uso, bairro que moro ou lugares que frequento. Em verdade, se define como eu penso. 

Sou da exata maneira como me relaciono comigo e com o mundo. Quem sou não pode nem deve permanecer estático, mas se transformar por todo tempo à medida que aprimoro o olhar e as escolhas; na régua da profundidade dos meus pensamentos. As ideias libertam ou aprisionam; é preciso entender todos os aspectos de cada uma delas”. 

“Muito mais do que as roupas que uso ou os lugares que vou, são outros hábitos que me fazem conectados ao tempo em que vivo. Pensar com clareza é o principal deles”. Loureiro lembrou: “Frequentar um templo não me faz necessariamente um bom homem nem garante a minha aproximação com a luz. Ir a um local de baixa vibração, embora não seja aconselhável, também não me torna obrigatoriamente uma pessoa ruim. Entender a honesta razão e a sincera motivação de estar ali, assim como em qualquer outro lugar que porventura esteja, sim”.

“Isto serve para todos os momentos da vida; serve para aqui e agora. Serve para sempre”.

“Um condenado a prisão perpétua não está impedido de se sentir livre. Se confiscarem todas as propriedades de um indivíduo não o impedirão de ser digno se assim ele seguir conduzindo as suas escolhas com virtude. Estar no meio de uma das muitas tempestades da existência, só lhe furtará a paz se você permitir. Nada nem ninguém tem força de lhe proibir a felicidade. Ainda que ninguém se preocupe contigo ou lhe ofereça abrigo na chuva, você pode escolher em amar todas as pessoas que quiser. Tudo que é verdadeiramente importante e essencial, não se encontra no mundo, mas dentro de você. Esse entendimento o torna imortal pelo poder que outorga”.

Francis deu uma gargalhada amarga. Disse que o tio estava equivocado. Contou que aprendeu em Sociologia que o homem é produto meio. Reagimos à medida das influências que sofremos, alegou. Loureiro ponderou: “Sem dúvida que o meio exerce influência sobre o indivíduo. Contudo, reagimos à medida do nível de consciência que possuímos. Isto, sim, estabelecerá a força e o destino de cada um. O mundo no qual se está inserido será sempre a matéria-prima, nunca o artista. A obra é sua”. 

“Sua vida, sua arte.”

“O mundo não serve de desculpas para o meu tropeço; somente os fracos usam desta alegação”. Mordeu um pedaço do sanduíche e prosseguiu: “O poder se enraíza no momento em que, mesmo diante de forças contrárias, você encontra razões para agir de acordo com as suas virtudes e valores essenciais. Você consegue ser o melhor de você mesmo, na pura luz da consciência, apesar dos desejos antagônicos das suas sombras e dos movimentos opostos pelo mundo”. 

O sobrinho insistiu que o discurso do tio estava distante da realidade. Intrometi-me para argumentar que as informações não aprofundadas se tornam dogmas; condicionamentos socioculturais não questionados viram preconceitos; propagandas sem o filtro da razão se tornam estilo de vida raso de ideias e pobre de sentimentos. Isto, sim, nos mantêm na ilusão, por falsear as escolhas e nos afastar das inimagináveis possibilidades oferecidas pela vida quando conectadas à nobreza das virtudes. Para tanto, era preciso pensar diferente e fazer melhor. Todos os dias até o dia sem fim.

Francis nos olhou de maneira estranha, mas nada falou. Comemos os sanduíches e bebemos o café. O rapaz quebrou o silêncio para perguntar como era possível ativar tal poder. Ressaltou, porém, que isso não significava que acreditasse em nossas palavras; eram por demais estranhas e desconectadas da realidade, em sua opinião. Ressaltou se tratar de mera curiosidade. Loureiro não se fez de rogado: “Esse poder será sempre seu; ele não perece, apenas aguarda o despertar. Ele germina na mente para florescer no coração. Em síntese, se trata de aprender a pensar para serenar as emoções e transformar o olhar. A mente precisa de clareza para pensar, impossível sob o domínio das paixões ou engessada por ideias sem o constante aprofundamento”.

O sobrinho tornou a interromper. Queria saber mais sobre aprender a pensar e a como ter clareza nos pensamentos. O sapateiro arqueou os lábios em leve sorriso e disse: “Preste atenção nos seus pensamentos. Tanto a multiplicidade quanto a aleatoriedade deles. As ideias nos transbordam sobre os mais diversos assuntos. Ao analisar com cuidado, você terá a sensação de que muitos dos pensamentos que passam pela sua mente não são seus. Não é mera sensação, se trata de pura percepção. Sim, muitos, talvez a maioria das ideias que lhe ocorram são intrusas no seu pensar. Isto é real. Se faz necessário entender as fontes de cada uma delas. Separar a palha do trigo. Há as de origens límpidas; existem as turvas. Agregue a si aquelas ligadas às virtudes, capazes de transformar a si mesmo, de levar além de onde você sempre esteve, de aproximá-lo da luz. As demais, dispense ou transmute”. 

“Aprenda a diferenciar os pensamentos que trazem leveza, pela força de transformação e superação que proporcionam, daqueles que o mantém refém, pelas emoções densas que entregam o domínio da sua vida à amargura e ao desânimo. Isto define sombras ou luz”. 

Francis quis saber, na prática, como fazer. Loureiro o lembrou: “A meditação é perfeita para isso, pois é um exercício capaz de realizar a conexão do ser consigo mesmo, de encontrar o sagrado que o habita. A meditação lhe mostrará a necessidade do espaço em branco, sem o qual não há lugar para criação”. Bebeu um gole de café e acrescentou: “A oração também. Pela ligação que faz com as esferas superiores. Lembre de apenas pedir por luz e proteção; nada mais. A oração lhe permitirá sentir o valor do absoluto, imprescindível para se conhecer o amor. Assim, oração e meditação se completam”.

“Os estudos também são primordiais. Leia bastante; leia sobre tudo. Conheça autores das mais diversas tradições e viés filosóficos. Fuja das ideologias, estas aprisionam o pensar. Admire sem jamais idolatrar. Questione tudo e todos, mas não seja cético. O amor é real e a verdade, embora seja uma construção infinita, está presente em todos os instantes da vida”.

“Assista a filmes e peças teatrais. Converse sobre ideias, sempre sabendo a hora de ser firme ou tolerante, consigo e com todos. Debater não é brigar; ninguém está obrigado a concordar com ninguém. Todos têm o seu tempo de amadurecimento, inclusive você e eu. Contudo, estabeleça limites para que não haja abusos de quaisquer partes. Até mesmo da sua”.

O jovem perguntou o que vinha depois. O tio explicou: “Aos poucos, crescerá a vontade de abandonar os velhos moldes nos quais sempre se viveu; notará o quanto se tornaram obsoletos. Coisas e situações que sempre foram importantes se revelarão desnecessárias. O desapego fica suave e sem nenhum esforço. Muito do que sempre foi discurso se tornará uma prática. Os interesses começam a mudar; tudo ao redor também. Alguns se afastarão, outros se aproximarão. São os ventos de uma nova estação”. 

“Passo seguinte, se iniciará a fase da criação. Você começará a desenhar um estilo de vida diferente de tudo que imaginou possível até aquele momento. Novas virtudes, pensamentos diferentes, escolhas melhores. Cada vez mais com menos. Isto, aos poucos, impedirá que consigam lhe arrancar de si mesmo. Você assumirá a vida que sempre foi sua, mas nunca esteve em suas mãos. O poder pessoal crescerá. Até que se torne absoluto e pleno”.

Abri a minha mochila. Peguei um bloco e um lápis. Pedi para Francis escrever quais os critérios que utilizava para alcançar a paz, a dignidade e o amor. Aquilo que era necessário para se sentir feliz e livre. Depois, o que tinha feito até aquele dia para alcançar esses bens. O jovem hesitou. Analisou por alguns momentos e deixou o papel em branco. Em seguida, confessou que jamais tinha pensado nisso. Ele nunca tinha racionalizado a busca pelas conquistas fundamentais da vida. Nunca tinha ficado claro e exato os motivos pelos quais vivia. Admitiu que as razões eram genéricas, esparsas e opacas.  

Lembrei que, consciente ou inconscientemente, todos anseiam por felicidade, liberdade, paz, dignidade e amor. O que muda é a maneira como cada pessoa acredita que conseguirá atingi-las. 

O sobrinho se virou para o Loureiro e quis saber como o tio fazia, pois transparecia estar sempre sereno e bem-humorado: “Houve um tempo em que eu acreditava precisar de um veleiro, no qual viajaria sem paradeiro pelo mundo, como maneira de me sentir livre. Já achei que precisava ter uma generosa conta bancária para conseguir estar em paz. Vivi muito tempo na ilusão de que a minha dignidade dependia de como as pessoas me tratavam. Tive certeza de que jamais seria feliz sem os aplausos e a aceitação de outras pessoas. Chorei por pensar que o fato de uma mulher ir embora levaria junto as minhas possibilidades de amar. Contudo, acredite, nada disso é determinante”.

“Você sabe qual é a logomarca do meu atelier?”, perguntou para o Francis. O rapaz, estranhando a mudança repentina de assunto, balbuciou que era um cacto dentro de um círculo. O sapateiro questionou se o sobrinho sabia por qual razão o tinha escolhido. O jovem falou não ter a menor ideia. Loureiro explicou: “O cacto vive com o essencial. Onde todos acham impossível sobreviver, essa planta extrai a quantidade de nutriente necessária do solo árido, sem se deixar derrotar pela falta de chuva nem se abater pelas condições de um clima rigoroso. Não se permite perecer pelo que não tem, mas floresce diante do improvável, extraindo das areias secas seiva suficiente para germinar. Isto apenas é possível porque precisa de pouco para ser muito. O primordial para desabrochar em beleza e força não está no deserto, mas no próprio cacto”.

Beleza e força? O sobrinho, com uma ponta de provocação, indagou se o tio também se achava bonito e forte. Loureiro tornou a sorrir ao perceber a intenção do jovem. Manteve-se no eixo das virtudes: “O cacto é somente um emblema de beleza e força. Ao olhar para a logomarca, todos os dias me lembro que tenho o direito de me sentir e de ser assim; depende apenas de mim. Ensina, também, três conceitos básicos que se completam:menos pode ser mais; o suficiente é o bastante. Mais do que o mundo me oferece, aquilo que preciso está no âmago do meu ser. Então, o círculo se fecha como síntese de lição para um estilo de vida, finalizando o desenho da marca da linha em torno do cacto”.

“Um estilo de vida que me afasta da dependência das manipulações, vícios e prateleiras do mundo, me permitindo criar uma existência sustentada em meus próprios pilares. Um jeito de ser único, com a singularidade típica a qualquer pessoa. Uma beleza e uma força disponível a todos”.

Francis questionou se essa maneira de pensar não era uma armadilha para os fracos por fazer com que desistam de lutar pelas coisas boas da vida. Loureiro franziu as sobrancelhas e devolveu a pergunta: “Quais são as coisas boas da vida? O que eu tenho feito para alcançá-las? Foram essas coisas que lhe pedimos para escrever minutos atrás e você não conseguiu”, lembrou. “Ao generalizar a busca se perde a referência da procura. Ficamos sem a resposta certa quando negamos a pergunta correta. Recusamos a pergunta para não aceitar a resposta. Nem sempre é fácil, pois será necessário refazer conceitos, admitir equívocos; não raro, mudar a rota e o alvo. Exige muito esforço”. 

Em seguida, argumentou: “Em verdade, o ardil está em gerar muitas frustrações e sofrimentos por me condicionar a metas inalcançáveis, quando não entendo que as conquistas externas somente fazem sentido se refletirem avanços internos. A armadilha está em permitir que pensem e escolham por mim sem que eu me dê conta; que estabeleçam as fronteiras de onde posso ir. As portas se fecham quando acredito que flores não nascem no deserto”.

“A flor do cacto simboliza a antítese desse ardil”.

“Aquilo que está fora de mim quase nunca depende da minha vontade para mudar. O que está dentro, carece somente do meu esforço para se transformar. Assim como o deserto faz com o cacto, a vida sempre me oferecerá o necessário. Florescer é a parte que me cabe. Assim germinam o poder, a superação e a luz.” 

O rapaz deu um sorriso amargo e balançou a cabeça em negação. Acrescentou que aquela conversa o tinha deixado ainda mais desorientado. Disse que estava com sono e precisava dormir. Loureiro lhe deu um forte abraço, um beijo no rosto e disse para retornar todas as vezes que sentisse vontade. Francis girou nos calcanhares e se foi.

Comentei que o Francis estava vazio por dentro. O sapateiro discordou: “A semente da vida, quando exposta as intempéries da amargura e da tristeza, resta abandonada por um longo período, mas nunca seca. Basta que um dia o jardineiro acorde para ela. No entanto, não se deve irrigá-la com lágrimas nem com lamentos. A alegria e a esperança são adubos incomensuravelmente melhores. Quase tão bons quanto o amor. Quase”.

“Cada um ao seu tempo, em algum momento o Francis também descobrirá isso”.

Imagem: Poonsak Pornnatwuttikul – Dreamstime.com

7 comments

Rodrigo março 5, 2019 at 9:17 am

Gratidão!

Reply
Fernando Machado março 5, 2019 at 11:03 am

Gratidão profundo e sem fim Yoskhaz

Reply
Joane Faustino março 5, 2019 at 2:42 pm

Gratidão ❤️🌹

Reply
Maria Martinha De Oliveira março 6, 2019 at 10:40 am

Sinto alegria e esperança ,através desse lindo ensinamento de amor para uma nova consciência. gratidão Yoskhas

Reply
Claudia Pires março 6, 2019 at 1:53 pm

Obgda por me fazer entender pq que eu gosto tanto de cactos. .. tenho mts em minha casa . Que ensinamento!!!! Grata! !!!

Reply
Eduardo março 6, 2019 at 7:40 pm

Excelente yoskhaz, otima filosofia !!!!

Reply
Adélia Maria Milani março 6, 2019 at 9:52 pm

Gratidão! ♡ ☆ ♡ ♡ ♥ ☆

Reply

Deixe um comentário para Rodrigo Cancel Reply