MANUSCRITOS VI

Tudo aquilo que o impede de ser você mesmo

Os dias corriam tranquilos no mosteiro. O bom clima da camaradagem imperava no convívio entre os monges, como denominamos os membros da OEMM – Ordem Esotérica dos Monges da Montanha. De fato, muitos se tornaram amigos; outros eram excelentes colegas. Penso haver uma diferença. Amigos possuem um vínculo mais estreito entre os seus corações, há uma afinidade de almas que permite um entendimento até mesmo quando não há palavra, uma cumplicidade que não autoriza o abandono do outro, até mesmo nos momentos nos quais as verdades se distanciam. Entre colegas existem gostos em comum, sincero respeito e boa vontade no trato pessoal. Dois dos monges, embora morassem em países diferentes, Mário era italiano e Charles possuía cidadania britânica, criaram um bonito vínculo de amizade. Passaram a alinhar os seus períodos de estudos para uma mesma época. Conviviam muito bem com os demais monges, porém, estavam sempre juntos. Eram simpáticos e sorridentes. Naquele ano, em cima da hora, Mário avisou que atrasaria a sua chegada em alguns dias.

A psicoesfera do mosteiro foi alterada com a chegada do Mário. Não por ele, que chegou alegre e animado, mas por causa do Charles quando soube dos novos projetos do seu amigo. Vou explicar melhor. Durante algumas décadas, Mário trabalhara em um grande banco, alcançando um prestigiado cargo junto à diretoria. Era bem remunerado e adquirira respeito perante as muitas empresas com as quais lidava em razão do seu trabalho, que era de oferecer aporte financeiro para impulsionar as constantes necessidades de investimentos para modernização e expansão mercantil. Por receber um excelente salário, tinha uma existência tranquila sob o aspecto econômico; ocupava um cargo angular na autorização de grandes empréstimos e, também por isto, era tratado com muita reverência no meio empresarial. Ocorre que, em um processo de fusão no qual esse banco foi absorvido por outro maior, se fez necessária uma reformulação total no quadro funcional. Mário fora demitido.

Apesar da surpresa, de início não se preocupou. Sabia do seu prestígio perante o mercado financeiro e acreditou que logo estaria empregado. Aproveitou para descansar e realizar o período sabático que tanto desejava. Como o seu filho já estava crescido, cursando uma universidade, passou seis meses viajando com a esposa pela Ásia e Oceania. Na volta, começou a procurar as pessoas que conhecia em busca de uma nova colocação. Foi quando teve uma surpresa maior. As portas não estavam abertas como ele imaginara. Como já passara dos cinquenta anos e fora demitido com um alto salário, bancos e empresas pareciam mais interessados em jovens arrojados que aceitavam receber remunerações bem menores. Passado um ano, Mário entendeu que aquele não era mais um caminho possível. Não se abateu, pois trazia consigo a vontade inabalável de seguir em frente, um olhar animado em relação à vida e uma fé verdadeira sobre o seu próprio poder.

Mário acabara de chegar no mosteiro. Logo após o almoço, eu e o Velho, como carinhosamente chamávamos o monge mais antigo da Ordem, trocávamos algumas ideias, acompanhados de duas canecas fumegantes de café, enquanto na mesa ao lado, Mário e Charles celebravam animadamente o reencontro, como fazem os amigos após algum tempo de afastamento. Tudo mudou quando Mário explicou: “Não posso nem quero me aposentar. A poupança que tenho me permite manter o meu atual padrão de vida por no máximo cinco anos, mesmo já tendo reduzido vários gastos. No entanto, acho pouco provável que eu consiga um emprego parecido com que tive por toda existência. A estrada que percorri até aqui me permitiu conquistas maravilhosas, porém, não está mais disponível para mim. Um ciclo se fechou. Preciso me reinventar; do contrário, não conseguirei seguir em frente”. Charles quis saber se o amigo tinha alguma ideia do que faria. Mário explicou: “Vou vender a casa de veraneio que possuo. Junto com o dinheiro que ainda tenho guardado, vou montar uma cervejaria. É uma receita simples, vou oferecer pizzas e cervejas artesanais de excelente qualidade”. A fisionomia de Charles se modificou. Em seguida, aconselhou: “Não faça isso. Você tem ideia de quantas empresas fecham sem ao menos completar o primeiro aniversário?”. Mário disse estar ciente do risco que correria, mas que se recusava a ficar estagnado: “Para mim, viver é estar em movimento, buscar novos encontros, descobertas e conquistas em mim mesmo”. Charles insistiu: “Por favor, não cometa esse erro”. Em seguida, explicou: “Como você sabe, eu fui dono de um restaurante muito famoso em Londres. Fiquei satisfeito quando consegui vendê-lo com um bom lucro. Trata-se de um mercado muito diferente daquele no qual você conhece e passou a maior parte da sua vida. São universos distintos. Fora a gestão financeira, toda a sua experiência de nada valerá nesse novo empreendimento. No mais, se der errado, você ficará sem nada e passará por dificuldades. Desista enquanto há tempo”.

A alegria no rosto de Mário despareceu de imediato. Ele quis saber qual o conselho do amigo. Charles se ofereceu como exemplo: “Reduzi drasticamente os meus gastos. Projetei gastar quantias específicas até os meus oitenta anos. Está tudo esquematizado. Tenho uma vida tranquila. Todos os dias, pela manhã, vou passear de bicicleta em um lindo parque perto da minha casa. À tarde, leio um bom livro e deixo me encantar por aquela história. Vivo as emoções e aventuras do protagonista, viajo pelas tramas do enredo, me emociono com os seus encontros, me encanto com as suas descobertas e vibro a cada conquista que ele alcança”. Olhou para o amigo e concluiu com honestidade: “Vivo muitas emoções sem correr nenhum risco”.

Mário ponderou: “Os encontros, descobertas e conquistas não são suas, tampouco são reais. Livros são importantes fontes de entretenimento e conhecimento; contudo, não devem servir como rotas de fuga. Se a evolução é o sentido da vida, os desafios precisam estar presentes em nossos dias. Não haverá qualquer evolução sem que se aceite os desafios inerentes a ela. São eles que nos fazem sair do lugar e nos levam onde nunca estivemos. Desafios são viagens indispensáveis à alma. Não existem desafios sem riscos”. 

Fez uma pausa antes de acrescentar: “Os riscos são valiosos para nos ensinar que perder não significa ser derrotado, tampouco, o fim. Aprender com as perdas faz parte do importante processo de libertação, no qual entendemos que o conhecimento adquirido somente nos cobrou o seu preço de acesso. Ao entender isto sem nos abater, ganhamos. A única perda que é real é quando nos perdemos de nós mesmos, nos afastamos da nossa essência, verdade, sonhos e dons. Não há risco maior do que se movimentar orientado pelo medo e se acostumar com a estagnação. Isto é uma derrota verdadeira e real, embora acredite não correr riscos, a perda acontece; você não chegará a lugar nenhum”.

Charles discordou: “Você não tem noção do que diz. Parece que perdeu o juízo!”. Mário se assustou diante da mudança de tom na voz do amigo. Charles prosseguiu em seu raciocínio: “Lembra de quando financiou a sua esposa para se tornar sócia de uma joalheria alguns anos atrás? Apesar da sua intensa intervenção na administração, o negócio acabou fechando com um enorme prejuízo”. Mário ponderou: “Sim perdi dinheiro, mas ganhei conhecimento”. Charles interveio: “Toda a sua experiência no mercado financeiro de nada serviu para você conseguir um novo emprego. Conhecimento não paga as contas”. Mário discordou: “Paga, sim. Desde que eu não me amedronte para usá-lo mais à frente. O fato de a joalheria ter sido um fracasso não significa que novos negócios também serão. Os erros do passado me capacitam a fazer a coisa certa no presente, desde que eu os utilize da maneira correta. Isto fará dos erros uma valiosa ferramenta de acertos; um patrimônio, embora abstrato, de valor inestimável para o futuro pela sua possibilidade de utilização”. Charles se mostrou disposto a encerrar a conversa: “Faça o que quiser, mas não esqueça que eu avisei. Não se lamente quando tiver que se mudar para a periferia da cidade e trabalhar de garçom no restaurante no qual já foi dono”.

Nesse instante, com a escalada de tom, a conversa ultrapassou o limite da troca de ideias para gerar um pequeno mal-estar. A animosidade impactou de imediato a psicoesfera do mosteiro. Foi quando o Velho decidiu intervir. Ele os observava. Eu também, pois o bom monge já se mostrara atento a conversa da outra mesa havia algum tempo. Com a sua habitual doçura, o Velho pediu desculpas por ter ouvido o que eles conversavam e perguntou se também podia participar. Ambos autorizaram. Sem alterar a serenidade comum da sua voz, o bom monge se virou para o Charles e perguntou: “Quando se rouba o sonho e a esperança de um indivíduo, o que lhe resta?”. Fundamentado em anos se aprendizado na Ordem, Charles respondeu: “Sempre restará a si mesmo como bagagem, eixo de equilíbrio e fonte de força”. O Velho indagou: “Qual bagagem existirá se estiver vazia de sonhos e esperanças?”. Como não houve resposta, o bom monge aprofundou: “Como alguém avança sobre o próprio eixo ou impede a fonte de secar quando não mais houver sonhos e esperanças? Como encontrará equilíbrio e força em si mesmo sem que a alegria de caminhar o sustente? Como alguém poderá acreditar na vida se deixou de acreditar em si mesmo? Como se pode encontrar beleza no voo depois de se convencer que as asas são as causas do mal?”. 

O Velho lembrou: “Existe uma linha tênue e perigosa entre a precaução e o medo; entre a coragem e a insensatez. O pássaro que se lançar em voo antes de fortalecer as suas asas, sucumbirá no chão; o pássaro que desistir de voar, sucumbirá em si mesmo. A essência do pássaro está em alcançar altitudes cada vez mais altas. O pássaro que tenta voar sem estar pronto, pagará o preço da insensatez; o pássaro que nunca se considera pronto, está dominado pelo medo. Somente a preparação e a coragem permitem a plenitude dos voos longos”.

As palavras do Velho traziam clareza: “Um pássaro não pode olhar as suas asas como se fossem uma anomalia, um veneno, uma armadilha, motivo da sua fraqueza ou razão da sua vergonha, caso tenha fracassado nas primeiras tentativas de voar. O mal de um pássaro nunca será as suas asas, mas o seu medo de voar. As asas dão sentido à existência do pássaro; somente o voo a enriquecerá”.

Ele tinha mais a esclarecer: “O pássaro que vive a podar as próprias asas por crer que são perigosas, são como aqueles homens que se acostumaram com a escuridão da caverna onde moram há muito tempo. Eles acreditam que enlouquecerão ao saírem do lugar sombrio onde estão, pois são muitas as cores vibrantes oferecidas pelo sol; temem a cegueira pelo incômodo causado aos olhos pela claridade repentina, pois, há muito se desacostumaram a ela. A luz nos faz mal, ela é perigosa, concluirão. Não há queda maior ao pássaro ao se negar em ser um pássaro”.

O Velho ponderou os próprios argumentos: “Claro que voar é perigoso e envolve riscos. Eles não são poucos. Há os indivíduos de estilingue que tentam abater os pássaros em pleno voo, existem os predadores que fazem valer o seu maior tamanho, têm as mudanças de estações que trazem a necessidade de voar para lugares distantes onde condições desconhecidas se farão atuar. Há os inevitáveis imprevistos e será preciso aprender a lidar com o inusitado. Tudo aquilo que ameaça e incomoda é fonte de adaptabilidade e superação; logo, de crescimento. Contudo, não há conquistas sem descobertas; não existem descobertas sem encontros. O mais valioso dos encontros é consigo mesmo. Somente o voo nos permite entender todo o poder das nossas asas”.

Charles argumentou que desde que se desfizera do restaurante, adotara para si, havia anos, um estilo de vida tranquilo e saudável: “Sou um homem feliz e tenho paz nos meus dias”. Em seguida, provocou: “Tenho dúvida se os homens-pássaro têm a mesma sorte que minha; não sei se conseguem dormir como eu”. O Velho não discordou, apenas mostrou outro viés: “Há aqueles que se sentem agraciados pelo sossego da escuridão que existe no fundo da caverna, onde podem se esconder de todos e, acreditam, até deles mesmos. Ledo engano. Existem pessoas que confundem estagnação com paz e inércia com felicidade. A estagnação surge do medo aos desafios; não há paz onde existe medo. Tampouco existe paz na fuga, pois o medo continuará no seu encalço, seja onde estiver. A paz é o sentimento de plenitude pela superação do medo. A inércia é típica daqueles que não sabem para onde vão ou se pensam incapazes de construírem a si mesmo; acabam por morar de aluguel na vida dos outros. Um desperdício. Não há felicidade por estar perdido nem por se sentir incapaz. Há quem confunda os conceitos e acredite que felicidade ou paz signifiquem uma existência sem riscos nem perigos. Outro engano; a felicidade surge ao percebermos as transformações ocorridas dentro da gente diante de cada situação vivida; a maneira como passamos a reagir melhor, de um jeito diferente do que fazíamos até então.  Não há como conseguir isto sem assumir os riscos inerentes ao movimento e ao avanço exigidos pelo Caminho”.

Tornou a bebericar o café antes de esclarecer: “O mundo é uma estrada sinuosa e sorrateira, repleta de perigos, que em algum momento todos terão de enfrentar. Por isto, se faz necessário se preparar adequadamente para cada trecho da travessia. Mesmo assim, haverá muitos sustos, surpresas e dificuldades. O imponderável irá acontecer por uma simples razão: a vida quer que saibamos caminhar sob quaisquer condições. Então, ela fustiga, sacode, pressiona, ameaça e assalta. Mesmo assim, quando decidimos prosseguir, nos permitimos encontrar o indispensável equilíbrio e a força imprescindível no núcleo do ser. Este é o poder. Por nos apresentar a escuridão, o mundo tem por finalidade nos ensinar a acender e a usar a nossa própria Luz. Por esta razão, é escola e oficina”. Bebeu um gole de café e explicou: “Por mais erudito que seja, mesmo que tenha lido todos os livros, um ermitão não é um sábio, pois, o seu conhecimento não está em ação e, assim, nenhuma valia possuirá; em verdade, ele não passa de um fugitivo. Por trás das falsas aparências de felicidade e paz, existe o medo, o atual dono das suas escolhas. Ao negar os riscos, o indivíduo estará impedido de se encontrar, se descobrir e se conquistar. Pode até haver sossego em sua caverna existencial escondida do mundo; contudo, ele estará distante de conhecer a paz genuína e a autêntica felicidade, apenas possível ao aceitar os desafios inerentes à evolução”.

O sino que avisava o início das aulas no período da tarde, tocou. Todos nos levantamos sem falar qualquer outra palavra. Os dias se passaram e, pela primeira vez, os dois amigos não foram vistos juntos. Charles estava amuado. Pensei em conversar com ele, o Velho desaconselhou: “Ele precisa de quietude e silêncio. Algo amadurece dentro dele. Aguardemos mais um pouco”. Passados mais alguns dias, estávamos na última semana daquele ciclo de estudos. Amanhecia. Como de costume, antes do mosteiro acordar, eu estava com o Velho na cantina, sentado à mesa, com duas canecas de café e um balde de ideias, quando fomos surpreendidos com a entrada de Mário e Charles. Estavam alegres e sorridentes, como eram desde sempre. Sentaram-se conosco. Charles foi direto ao assunto: “Tenho ainda algum dinheiro guardado, além do conhecimento adquirido nos anos que estive à frente do restaurante em Londres. Este é o capital com o qual me tornarei sócio do Mário na cervejaria. Entendi que a coragem do Mário em não desistir da vida foi o que me incomodou, fazendo com que eu teimasse para que ele abandonasse a sua disposição de seguir em frente, como maneira de eu não ter que admitir o medo que aprisionara por tanto tempo”. Fez uma pausa antes de concluir: “O que me incomoda sinaliza as minhas negações, enganos e mentiras”. Arqueou os lábios em lindo sorriso e finalizou a lição aprendida: “Ao negar tudo aquilo que posso ser, nego a vida e a Luz. A minha Luz”. 

Charles agradeceu a conversa de dias atrás, acrescentando que havia sido angular para a sua vida. O Velho sorriu, deu de ombros e disse: “A sua decisão de voltar a usar as asas foi angular, tudo mais foram somente ideias”. Mário quis saber a opinião do bom monge sobre a cervejaria. O Velho piscou um olho e brincou como quem conta um segredo: “Adoro cervejas; o mundo também”. Rimos.

Pediu licença, pois, estava na hora das suas orações e reflexões matinais antes das aulas de cada dia. Em silêncio, observamos ele se afastar com os seus passos lentos, porém, seguros. Os seus voos iam além das fronteiras que conhecíamos.  

10 comments

Paulo Roberto Lima Ferreira fevereiro 18, 2021 at 9:30 pm

Maravilhoso. Obrigado!

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Fernando fevereiro 19, 2021 at 4:38 pm

Gratidão profunda e sem fim, Amados Velho e Yoskhaz, sem fim…

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Terumi fevereiro 19, 2021 at 7:48 pm

Gratidão 🙏

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LMOON fevereiro 23, 2021 at 6:58 pm

Resposta do universo ao momento atual em que me encontro. GRATIDÃO, Yoskhaz! Você é um dos muitos instrumentos da luz. AXÉ!

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Michelle Peixoto fevereiro 24, 2021 at 9:33 am

Obrigada !

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Antônio fevereiro 24, 2021 at 11:30 am

Obg por tanto!

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Leticia Fonseca fevereiro 27, 2021 at 6:12 pm

Quanta luz e clareza nessa texto! gratidão

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SCHWEITZER março 20, 2021 at 1:52 pm

Espero um dia comer dessa pizza e beber dessa cerveja. Pois a sabedoria incrivel desta bela estória eu ja provei, meu deus q sabor delicioso.

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Eduardo junho 12, 2021 at 7:52 am

Como sempre. Um belíssimo ensinamento. Obrigado!

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Anderson julho 28, 2021 at 10:04 pm

Essa controbui pra eu voltar a usar minhas asas de artista
Obrigado

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