MANUSCRITOS VI

Adiamento e arrependimento

Adoro as livrarias, são como santuários dedicados ao conhecimento. Ainda mais, quando ao fundo do estabelecimento existe uma cafeteria repleta de sossego e poltronas confortáveis. Café e livros se completam. Embora não negue a praticidade e a versatilidade dos livros digitais, atributos valiosos para a propagação do saber, tenho uma relação diferenciada e afetuosa com os livros impressos. Como em um cerimonial sagrado, há uma liturgia. Ao entrar na livraria, me deixo envolver pelos inúmeros títulos disponíveis. Observo os exemplares expostos nas gondolas, garimpo as prateleiras em busca de alguma preciosidade escondida, examino os detalhes da edição. Da qualidade do papel utilizado até o capricho na diagramação. Sou apaixonado pelas capas, como artes à parte que são. Preciso ficar perdido naquele universo fantástico, como se cada obra fosse uma estrela de um céu infinito, para ser encontrado pelo livro da vez. Sim, já abandonei a ilusão de que sou eu quem escolho os livros; eles me escolhem, como se soubessem o que preciso ler naquele devido momento. Alguns livros, dos quais nunca ouvira falar, chegaram às minhas mãos desta maneira e, hoje, ocupam um lugar destinado aos textos que me foram angulares. Naquele dia, tudo parecia na mais perfeita normalidade, eu acabara de ser resgatado por um livro e iniciaria uma jornada a um universo paralelo para me mostrar algo desconhecido dentro de mim. Sim, livros têm este poder. Ao me acomodar em uma poltrona e fazer o pedido à barista, percebo o Bruno sentado algumas mesas ao lado, um amigo querido que eu não encontrava havia anos. Se os olhos de fato forem as janelas da alma, ele estava muito triste e abatido. Para usar a palavra precisa, me parecia desorientado. 

Fui ao seu encontro. Após furtivas gotas de alegria por me reencontrar, trocamos um forte abraço e ele me convidou para eu me sentar à sua mesa. Sem que eu precisasse perguntar, Bruno foi direto ao assunto: “O meu casamento com a Regina acabou”. Indaguei quando tinha ocorrido a separação. Ele me surpreendeu: “Não nos separamos. Ao menos, ainda. Na verdade, nem sei quando e se irá acontecer um dia. Temos filhos, além de um neto prestes a chegar. Fora isto, há um patrimônio que construímos ao longo de duas décadas de casamento. O apartamento de Ipanema e a casa em Nogueira são lugares que adoro estar, onde acompanhei o crescimento dos meus filhos e espero ver o meu netinho crescer. Não se trata de meros imóveis, mas de lugares que possuem valor afetivo para mim. Não quero perder nada disto. Toda essa realidade irá desaparecer como em um toque de mágica a partir do instante que eu me separar da Regina”. Confessei que, ao ouvi-lo falar daquela maneira, tinha a sensação de que o casamento, não apenas era importante para ele, mas se mantinha firme apesar dos eventuais desentendimentos. “Todas as relações possuem as suas asperezas”, comentei. Em seguida, expus a realidade como eu a via: “Suavizar os encontros, principalmente as diferenças que surgem com o passar do tempo, é parte da arte da vida. Os melhores encontros nunca duram um dia, mas se prolongam por toda a existência”. Fiz uma pausa e concluí: “Isto se explica em razão de que todos mudam o tempo todo. Isto renova um encontro em muitos. Por vezes, afinidades se desalinham para nunca mais. Noutras, se ajustam e se aprimoram conduzindo as relações à degraus inimagináveis”.

Falei, ainda, que o casamento dele com a Regina sempre me pareceu um bonito encontro, pela visível afinidade que os unia. Bruno argumentou: “Tudo mudou. Salvo o patrimônio, a família e o neto que chegará em breve, nada mais sobrou do meu casamento”. Ponderei que ter uma família nunca seria pouca coisa. Bruno concordou. Em seguida, lembrei a ele: “Há muitos formatos de família, da tradicional à eclética. Uma não é melhor que a outra. Não há um modelo que sirva como ideal. A rica diversidade dos universos intrínsecos cria um infinito de possibilidades. Cada pessoa tem de entender como inventar o seu próprio estilo de viver de acordo com o seu jeito de ser. Isto desenha a arquitetura da família que você deseja ou aquela que lhe é possível, pois tudo nos acontece na medida da nossa necessidade evolutiva. As relações mudam porque nós mudamos. Adaptabilidade é uma valiosa virtude. Por vezes, pessoas de uma mesma família passam a andar em ritmos bem diferentes, fazendo com que se exija ainda mais esforço e resiliência para um novo ajuste. Quando acontece, todos crescem”. Fiz uma pausa e acrescentei: “Não é fácil, mas é enriquecedor. As diferenças são poderosas molas a impulsionar as necessárias transformações”.  

Bruno admitiu que tudo aquilo era verdadeiro, porém, havia um detalhe que eu desconhecia: “A Regina tem uma relação extraconjugal”. Calei-me. Era um terreno delicado e muito propício aos atiradores de pedras. Há tempos entendi que não tenho o direito nem a competência para julgar as escolhas alheias. Um dos muitos motivos é o fato de que a maior parte da vida de qualquer pessoa fica submersa, sem nunca se expor. Portanto, sempre será injusto um julgamento realizado ao se analisar uma pequena parte de um todo sem fim. Outro motivo é o simples fato que ainda me conheço muito pouco, assim, me torno incompetente para condenar alguém. A paisagem que vejo da janela da minha casa não me permite dizer que conheço o mundo.

Cabe a mim, observar e aprender. A cada pessoa as amarguras e as delícias de ser como é. O respeito que tenho por mim só sobreviverá se eu o mantiver no trato com toda gente. Como eu não disse palavra, o Bruno continuou a contar: “Como você disse, todos mudam. No caso da Regina, claro que ela também mudou com o passar dos anos. Mas estas mudanças até deixaram o casamento mais gostoso. Ocorre que havia uma face oculta na vida dela, algo que em nada se modificou com o passar do tempo. Justo isto, que sempre existiu, é o motivo da nossa separação. Recentemente, descobri algo que sempre desconheci”. Fez uma pausa e disparou: “Ela tem um caso com uma mesma pessoa desde antes do nosso casamento. Já o tinha mesmo antes de começarmos a namorar”. 

Era uma situação complicada. Perguntei se ele já tinha conversado com a Regina sobre o assunto. Bruno fez que sim com a cabeça. Com os olhos marejados, contou: “Propus que ela encerrasse definitivamente esse antigo caso. Eu a perdoaria. Iniciaríamos uma nova fase no nosso casamento, modificando aquilo que porventura sempre faltou ou incomodou. Ao invés de melhorar, a situação piorou. Ela disse que acreditava não conseguir. Foi bem honesta, pois admitiu nem mesmo estar disposta a isto. Como era um caso anterior ao nosso casamento, ela considerava como parte indissociável do matrimônio. Alegou que tínhamos sido felizes assim, construímos uma linda família, que não parava de crescer nem de nos dar alegrias, vide a expectativa pela chegada do primeiro neto. Argumentou que não havia razão para mudar um modelo que dava certo há décadas. Regina me pediu para não ficar atado às obsoletas formas de pensar. O mundo tinha mudado e eu tinha de acompanhar. Falou para eu pensar na vida maravilhosa que tínhamos desde sempre. Argumentou que a existência de um amante nunca nos atrapalhou, ao contrário, aliviou muitas das tensões típicas em todos os casamentos. Regina sustenta que após tanto tempo, possui o direito de manter as coisas como estão. Alega ser injusto com ela desmanchar algo tão duradouro. Disse, também, que se eu quisesse ter uma amante, ela entenderia e achava justo”. Bruno se calou por alguns instantes e admitiu: “Eu não consigo”.

Eu quis saber o que ele queria expressar ao dizer eu não consigo. Bruno explicou: “Eu não consigo nada. Não consigo me separar nem aceitar a situação; não consigo acompanhar as mudanças do mundo, como alega e me pede a Regina. Eu não consigo nem mesmo parar de definhar um pouco mais a cada dia”. Esperamos a barista nos servir o café. Quando ela se retirou, Bruno confessou: “Todos os dias se parecem com noites sem estrelas”. Uma lágrima rebelde expôs o momento do seu coração.

Comecei mostrando o meu olhar sobre algumas questões, de fora para dentro, para entender até onde o Bruno estava disposto a mergulhar em si mesmo: “O mundo muda como reflexo da mudança de comportamento das pessoas. Contudo, como existem enormes diferenças de princípios e valores, distintas experiências e vieses, o mundo muda para diversas direções ao mesmo tempo. Qual devemos acompanhar? Todas? Nenhuma? Moderno é fazer o que está na moda? É copiar o comportamento dos ídolos? Se deixar levar pelo efeito manada para mostrar o quanto somos antenados?”, bebi um gole de café antes de fazer a pergunta derradeira: “Ou seria percorrer uma estrada sem outra igual, mesmo que ninguém queira acompanhar?”. 

Bruno disse que esta última opção parecia correta para ele. Lembrei a ele: “É a mais difícil. Trata-se de uma escolha apenas permitida para aqueles que têm coragem de seguir a voz do coração. Não vivem para agradar as pessoas, mas se dedicam em viver a própria verdade. Ao contrário do que muitos acreditam, não se vive assim por orgulho e vaidade, mas com humildade e simplicidade para que possam se tornar pessoas diferentes e melhores, um pouquinho mais a cada dia. Creio, nunca haverá nada mais moderno nem transformador. Contudo, acredite, nem todos estão prontos para percorrer esse dificílimo, porém, lindo caminho”. 

Bruno disse querer percorrer o caminho do coração. Do seu coração. Perguntei se ele achava estar pronto. Bruno fez sim com a cabeça. Eu avancei: “O que lhe diz o seu coração?”. Ele deu de ombros e balbuciou: “Não sei”. Tive de provocar: “Não tenha medo do que ele falar. Não finja que não o escuta somente porque ele não diz aquilo que você gostaria de ouvir. O maior dos enganos é quando nos mostramos surdos às orientações da alma. Como tal, as consequências também serão as mais dolorosas”.

O meu amigo se calou. Tive a sensação de que ele bebia o café bem devagar, não pelo gosto, mas no esforço da tentativa de dar tempo para ouvir o seu coração. Nem sempre é fácil nem simples, por vezes há muitas vozes abafando aquela que devemos escutar. Somos muitos em um. São muitas as vozes que conversam conosco. Selecionar qual delas servirá para nos orientar os passos definirá a rota e destino de cada um de nós. 

Respeitei o silêncio do Bruno. Ele precisava dessa quietude para aceitar o que se passava dentro dele, apenas assim poderia decidir quanto ao lado de fora da sua vida. Ficamos um bom tempo sem dizer palavra, até que ele disse: “Não é a vida que quero para mim”. Era um início. Onde há uma certeza existe um caminho.

Antes que eu pudesse me manifestar, ele acrescentou: “No entanto, acho que não é o melhor momento para a separação. Talvez seja mais apropriado esperar o nascimento do meu neto. Não é hora para conflitos”, ponderou. Continuei a provocar, nenhuma acomodação é saudável: “Sem dúvida. Depois esperar as férias de verão em Ipanema, a temporada de inverno em Nogueira, o checkup médico anual, a formatura do filho mais novo, a festa de aniversário do filho mais velho, depois a do neto. Então, virá a comemoração pelas Bodas de Prata. Afinal, todos já a tem na programação e esperam por isto. Em seguida, virão outros novos e incessantes motivos”. Fiz uma pausa proposital e questionei: “Seriam motivos ou desculpas?”.

Ampliei o raciocínio: “Quando não temos coragem de atender a voz do nosso coração, mentimos para nós. Desculpas são como um arco-íris depois das chuvas. Ilusão de ótica provocada pela dispersão da luz. Desculpas geram adiamentos, muitas vezes, sem fim”. Bruno alegou ter dúvidas: “Elas me corroem”. Discordei: “Nada mais humano que a dúvida. Nela, nada há de ruim. São os questionamentos que geram as transformações. As dúvidas nunca corroem, elas impulsionam. Após equacionadas, passam a ser os fundamentos para transição seguinte. Avançamos. No entanto, quando as dúvidas perduram por mais tempo que deveriam, a situação se corrompe. Não se trata mais de dúvidas, mas de falta de firmeza para seguir alinhado com a verdade. Assim, nascem as desculpas. Por sua vez, desculpas geram os adiamentos. Estes, sim, corroem a alma até que definhe por esgotamento”.

“Todo adiamento é uma fuga da verdade.”

Bruno me olhou assustado. Eu estava sendo duro. Perguntei se ele queria parar por ali. Poderíamos conversar sobre outros assuntos ou mesmo nos despedir. O meu amigo disse que queria prosseguir: “Vai sangrar, mas será necessário para expelir o que não pode mais ficar em mim. Tudo aquilo que me faz mal é veneno. O meu próprio veneno”. Sorri, caminhávamos bem. Lembrei a ele: “Em você também está o antídoto. Entender o veneno promove a cura”. Ele sorriu satisfeito. Eu acrescentei: “Nisto reside a sua força. Tudo aquilo que você mais teme é o que irá lhe tornar mais forte. Desde que você não fuja do medo. A verdade, por vezes, assusta por parecer inatingível às nossas forças. Então, fugimos da verdade pela porta dos adiamentos. Adiamentos são mentiras disfarçadas pela descrença que temos sobre a nossa capacidade de enfrentar determinadas situações. Erraremos o resultado todas as vezes que tentarmos inverter a equação. Longe da verdade, distante da sua força. Os desequilíbrios surgem à medida em que deixo de acreditar no meu poder de superar problemas, dificuldades e medos. Os adiamentos enfraquecem pelo desequilíbrio que provocam”. 

Lembrei de um momento específico do meu passado: “Quando adiamos indefinidamente o encontro com a verdade, a vida começa a escorrer de nossas mãos um pouco mais a cada dia”, sem entrar em detalhes, resumi o que eu havia aprendido: “Adiamentos são artifícios usados pelo medo para que aos poucos a gente se acostume com a escuridão, até que fiquemos convencidos de que não temos outra escolha, que a vida é mesmo triste e o mundo é ruim. Os adiamentos são um dos truques mais vulgares utilizados pelas nossas sombras. Também um dos mais eficientes”.

Ele balançou a cabeça dizendo que entendia. Esvaziou a xícara e me propôs mais uma rodada de café. Aceitei de imediato. Aquela conversa demoraria a terminar.

“E se eu me arrepender?”, Bruno me perguntou logo após a barista servir mais uma rodada de café. Dei de ombros e fiz uma colocação: “Não se assuste com os erros, eles são os degraus necessários até o acerto. O medo de errar é limitador. Fazer a coisa certa é libertador”. Ele interrompeu para perguntar o que seria fazer a coisa certa. Esclareci: “É viver alinhado à própria verdade, é decidir pela luz do coração. Acredite, não é pouca coisa; poucos conseguem”. Prossegui: “Pode acontecer de, em algum momento, termos a clara percepção de que poderíamos ter escolhido de outra maneira. Isto não é necessariamente ruim, a depender da nossa reação. Deixar-se envolver em culpa seria péssimo. A sensibilidade para refazer a rota e reparar o equívoco é um gesto humilde de extrema luminosidade. Significa aprendizado, transformação e avanço. Saiba, todos os mestres evoluem na forja dos próprios erros”.

Bruno insistiu: “E se a Regina tiver razão?”. Dei de ombros e disse: “Pouco importa. Ela está sendo honesta, pois se coloca de acordo como idealiza o casamento de vocês. Propõe uma relação como entende que seria melhor. É a verdade dela. Por isto, merece respeito. A pergunta que você deve se fazer é outra: O que quero para mim?Uma indagação poderosa por abrir um canal de diálogo intenso com o seu coração. Lá está a verdade que lhe servirá de estrela-guia. A sua verdade. Aceite que, muitas vezes, ela não será igual a de mais ninguém. Mas é ela, a sua verdade, que lhe dará força e equilíbrio para seguir em frente. Somente assim conseguimos ser livres, dignos e felizes; com isto, viver em paz e amar mais e melhor”.

Bruno estancou nesse ponto. Voltou a indagar: “E se eu me arrepender?”. Propus a ele outra pergunta: “Por que nos arrependemos?”. Bruno admitiu nunca ter pensado nisso. Arrisquei a minha opinião: “Arrependimentos surgem todas as vezes que, após tomar uma decisão, insistimos em ficar olhando para trás. Lamentos pelas perdas sufocam as alegrias diante das imponderáveis possibilidades de inimagináveis conquistas. Assim, nada se perderá, apenas se transformará”.

Acrescentei: “Haverá arrependimento nas vezes que nos movemos por interesses menores e paixões superficiais ao invés de nos movimentarmos alinhados com a nossa consciência e o amor que temos pela vida”. 

Ele tornou a argumentar sobre todas as perdas que teria com a separação. Lembrei que havia outro olhar que ele não podia se esquecer de colocar na balança das escolhas: “Considere o que você irá perder se mantiver uma situação contrária à sua verdade. Já pensou nisto?”. Bruno disse não com a cabeça. Expliquei: “Para solucionar a equação, de um lado, coloque momentos e patrimônios; de outro, princípios e valores. Escute o seu coração, pondere com serenidade e decida. Apenas você pode fazer isto”.

Bruno murmurou em tom quase inaudível: “Eu não consigo”. Naquele instante, compreendi que ele queria manter a vida como sempre foi, do jeitinho que tanto gostava e se acostumara. O meu amigo não queria nenhuma mudança. Tudo deveria continuar inalterado. Contudo, a realidade que o cercava já havia mudado. Ao resistir em aceitar, ele sofria por travar a roda da vida na tentativa absurda de empurrá-la para trás. Ele definhava ao impedir o inevitável fluxo de avanço próprio das transformações. 

Olhei nos olhos dele e fui honesto: “Qualquer que seja a decisão, não será fácil. Virá uma fase de transição, de um lugar no qual você estava acostumado e se sentia seguro até outro local, onde impera o desconhecido. Caso decida por manter o casamento, aceite que ele já não é o mesmo e terá de encontrar outro formato de convivência. Caso escolha pela separação, será necessário desenhar outro estilo de vida. Haverá perdas, a depender da ótica utilizada; existirão conquistas se as lentes usadas forem outras. Enfim, será o alcance do seu olhar que definirá lágrimas ou sorrisos. Será preciso buscar toda a sua força de superação para substituir os velhos hábitos por uma nova realidade, mais afinada com a sua atual consciência e as orientações do seu coração. Quando os arrependimentos vierem lhe assaltar nas noites escuras, os ilumine e os desmanche como o poder da sua verdade, a razão da sua luz”. Fiz uma pausa e concluí: “A única coisa que você não deve fazer é adiar uma escolha por muito tempo, pois equivale a abandonar o seu poder sobre si mesmo”.

Nada mais podia ser dito. Aquele era a última fronteira até onde eu poderia ir. Ninguém deve invadir o espaço sagrado de outra pessoa. Dali em diante estava restrito ao Bruno e às suas vozes, consciência e coração. As suas sombras, virtudes, vontades e verdades. Encontrar consigo mesmo traz a magia da melhor escolha. Será sempre um grande encontro, repletos de revelações e descobertas, origem de força, poder e equilíbrio.

Despedi-me. Bruno pediu para eu ficar para conversarmos mais um pouco. Expliquei que era hora dele se recolher em silêncio e quietude para que pudesse ouvir a sua mais pura voz.

Reencontrei o meu amigo cerca de um ano depois. Mas isto já outra história.

10 comments

Fernando Cesar Machado dezembro 17, 2020 at 11:45 am

Gratidão profunda e sem fim, sem fim…

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Alyne dezembro 18, 2020 at 4:49 pm

Profundo e intenso. Dúvidas, medos, incertezas fazem parte do ciclo natural da vida… O que mais importa é nos responsabilizar pelo resultado de nossas escolhas. Toda escolha equipara-se à renúncias.
Incrível texto!

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Terumi dezembro 18, 2020 at 9:36 pm

Gratidão! 🙏

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Rosana dezembro 20, 2020 at 10:40 pm

No aguardo dessa “outra história “😉Conta pra gente!

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SCHWEITZER dezembro 23, 2020 at 5:33 pm

Ja é uma outra estoria nao vale, quero muito saber qual a escolha de bruno.

Porem entendo q meu coração ja sabe qual seria a minha escolha.

Divino querido.

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Márcia Campos dezembro 27, 2020 at 8:46 pm

Ah.. Acabo de fazer uma escolha!
Gratidão Bruno

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Viviane Barbosa dezembro 27, 2020 at 10:01 pm

Eu ameiii. Gratidão e estou curiosa pra saber o final da trama.

Ahoo.

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Leandro Moller dezembro 30, 2020 at 10:17 am

Muito bacana!

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Célia Elizandra janeiro 25, 2021 at 12:43 pm

Esse texto hoje me escolheu, e foi um lembrete… ou um conselho? Excelente e refresco da alma, como sempre. Obrigada!

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MIQUEIAS ROCHA DE SOUSA fevereiro 13, 2021 at 8:11 am

Que profundo, adorei!

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