MANUSCRITOS VII

Para cada sentimento existe um caminho

O Rio de Janeiro é uma cidade espremida entre o mar e as montanhas. A causa dos enormes problemas para solucionar os entraves do tráfego é a mesma que tanto encanto provoca, tamanha são as suas belezas naturais. Assim é comigo e contigo. Com todos. A origem da beleza reside nas dificuldades. Não se trata de um conceito de fácil compreensão; e mesmo quando há entendimento, os níveis de aceitação ainda se mostram bem difíceis. A teoria se aplica bem à vida dos outros; conosco, nem sempre os sentimentos se mostram compatíveis ao saber. Ao invés de aproveitarmos a oportunidade de transformação e crescimento trazida pelos obstáculos, não raro, nos deixamos envolver por revolta ou tristeza; somos tragados pelo que deveria servir de impulso. Os movimentos nos traduzem, jamais o saber.

Todas as vezes que a vida parece me dar um xeque-mate, eu subo a Pedra Bonita; um enorme maciço de granito debruçado algumas centenas de metros acima e à beira do Oceano Atlântico, de onde é possível avistar vários bairros da cidade. Faz-se necessário refletir para encontrar as soluções onde todas as soluções nos aguardam: dentro da gente. Tudo mais, se não abrange as minhas escolhas, me cabe deixar acontecer sem nenhum resquício de sofrimento. Quaisquer decepções e frustações revelam incompreensões sobre a situação vivida. Então, será preciso reelaborar a experiência com outras lentes e filtros.  

O mar, a montanha e a metrópole com todas as suas belezas e problemas. Assim como você e eu. Na parte final da caminhada até o topo, próximo à rampa onde os praticantes de voo-livre saltam, encontrei com o Eduardo, um colega de universidade que eu não via havia quase quarenta anos. Apesar de não termos feito o mesmo curso, dividíamos um apartamento com outros dois colegas. Estivemos próximos durante o período da faculdade, conversávamos bastante e até mesmo trocávamos confidências. Depois, a vida nos afastou; preocupados em cuidar do momento profissional que se iniciava, permitimos o distanciamento. Embora não o visse, tinha notícias dele, fosse por intermédio de outros amigos, dos jornais e da televisão, e, mais recentemente, através das mídias sociais. Ele fizera carreira em uma autarquia de grande representatividade política, tendo ocupado cargos importantes, de enorme influência e poder dentro da instituição. Recentemente, a empresa fora privatizada. O que eu não sabia é que junto à reformulação viera a demissão. Seguido à perda do emprego, a esposa, uma linda mulher, por quem era apaixonado, decidira ir embora. Abatido, Eduardo admitiu não saber lidar com perdas tão significativas. Um luto capaz de lhe furtar o sentido da existência, confessou.

Desde então, começou a frequentar a rampa de saltos. Todos os dias, cogitava em se lançar aos céus sem nenhuma asa. Falei para que descartasse tal equívoco. A supressão das experiências não serve como solução; a fuga não é uma saída, mas o agravamento da equação. As soluções se distanciam. A jornada resta dificultada. Eduardo ponderou não existir saída. Argumentei que portas e caminhos não deixam de existir pelo simples fato de estarem invisíveis aos nossos olhos. A vida se expande ou se contrai no alcance de cada olhar.

Em seguida, o convidei para me acompanhar até o alto da Pedra Bonita. Contei que era um lugar onde eu gostava de meditar e de conversar comigo mesmo. Ao descer, sempre trouxe inusitadas percepções sobre as dificuldades que carregara ao subir; problemas se tornaram oportunidades. Invariavelmente. Após alguma relutância, Eduardo aceitou a oferta. Nada falei sobre a Cléo, a bruxa, por dois motivos. Primeiro, eu nem sempre a encontrava lá. Segundo, ela era uma espécie de mito urbano; embora as suas histórias fossem contadas por toda a cidade, poucas pessoas a conheciam pessoalmente. A estes, eu entre eles, era atribuído algum tipo de delírio. Nunca me importei. O exercício do convencimento alheio é prática dos insensatos.

Ao chegar no topo, nos acomodamos de frente à imensidão oceânica. Fechamos os olhos para meditar, uma maravilhosa maneira de conversar com a alma. Combinamos de depois trocar ideias sobre as questões que nos afligiam. Ficamos em silêncio por um tempo que não sei precisar até que ouvi o grasnar das gaivotas. Torci para que não fosse ela. Como eu nada sabia sobre a formação espiritual do Eduardo, receei pela receptividade que ele ofereceria à bruxa. Quando abri os olhos, Cléo bailava com seu vestido multicolorido e longos cabelos negros ao som e sabor dos ventos marítimos. Os pássaros eram como coadjuvantes daquele balé fantástico. Notei que o meu colega já a observava numa sensação que mesclava fascínio e curiosidade. Ele me olhou como quem pergunta se eu sabia do que se tratava. Fiz um gesto propositalmente impreciso com a cabeça para que pudesse significar qualquer resposta. Sem pedir licença, ela se sentou em uma pedra à nossa frente, no último extremo da montanha. Virou-se para o Eduardo e, sem nenhuma cerimônia, indagou: “Qual a razão de tanto sofrimento?”. Perdas irreparáveis, como se tivessem me arrancado o chão, respondeu ele de pronto, sem qualquer intimidação diante da presença desconhecida. Em seguida, narrou os fatos que o agonizavam. A linda bruxa o ouviu sem nenhuma interrupção ou aparte. Deixou que transbordasse a dor, viesse o pranto e, assim, talvez surgir espaço para a regeneração de uma pessoa alquebrada em tanto sofrimento. Sem alterar o tom tranquilo da voz, Cléo ponderou: “Perguntei sobre a razão do sofrimento, mas não ouvi nenhuma. Você falou sobre perdas, também não fui capaz de reconhecer sequer uma única”. Inconformado, Eduardo abriu os braços como se não adiantasse explicar o que já estava explicado, apenas comentou que o caos era autoexplicativo. A bruxa manteve a serenidade ao discordar: “Nem sempre. A verdade repousa por trás de muitas cortinas. Os fatos que você denomina como caos pela capacidade destruidora que aparenta, possui diferentes significados a depender das camadas da verdade que já foi capaz de descortinar”.

Eduardo disse que era preciso muita insensibilidade para não perceber que nada sobrara da sua vida. A carreira profissional e a esposa davam sentido à sua existência. Em algumas semanas, um emprego de quase três décadas e um casamento de vinte e cinco anos tinham virado pó. Duvidava se teria forças para recomeçar. Cléo o corrigiu: “O que você entende como sendo uma enorme destruição, sob determinada ótica, aconteceu; em alguns aspectos não sobrou pedra sobre pedra. Contudo, o seu momento existencial merece uma análise mais apurada”. Eduardo interrompeu para dizer que todos os dias acordava sem a mulher que amava ao seu lado e, por estar desempregado, nada mais tinha para fazer com o tempo disponível. Embora o trabalho fosse estressante pelas intensas pressões políticas que os diretores da autarquia sofriam, já estava acostumado a lidar com situações da tamanha tensão. Até gostava. Quanto à esposa, apesar do seu temperamento difícil e irritadiço, mormente quando os desejos não eram atendidos, a amava demais; admirava a sua beleza e traquejo social; era uma mulher com estilo próprio e dona de uma personalidade singular; acreditava que estariam juntos até o fim dos dias. Ela era como um pilar que o mantinha de pé ou o motor que o fazia funcionar. Quando a empresa foi privatizada, manteve a esperança de continuar empregado por causa da sua enorme experiência no setor, a qual atribuía ser o seu maior patrimônio. Contudo, de nada valeu. Ao receber o aviso da demissão, a esposa estava em viagem com uma amiga na Europa. Acreditava que teria o apoio dela nesse momento tão difícil; no entanto, ao regressar, ela comunicou a decisão em romper o matrimônio. Ainda tentou conversar, mas Helena, como ela se chamava, sempre fora irredutível em negociar as suas vontades. Viu-se perdido. Não sentia ódio ou mágoa. Restara-lhe frustração e decepção. Nenhum outro sentimento cabia em si.

A bruxa sorriu como se esperasse por aquelas respostas. Ela pontuou com a sua voz mansa: “A decepção ocorre quando as expectativas não são atendidas. Uma ilusão foi desmanchada. A desilusão é o destino certo de todas as ilusões. Como define a palavra, toda ilusão é uma representação equivocada da realidade; um engano que sai do esconderijo, uma miragem que se descobre irreal, uma mentira que acreditamos verdadeira. Só há desilusão onde antes havia uma ilusão. Na maior parte das vezes se estabelecem na conveniência movida a orgulho, vaidade, ganância, desejo desmedido ou comodidade. As causas são muitas, a verdade é única: nada nem ninguém nos engana se não dermos brecha para que a mentira se instale”.

Eduardo disse não ter entendido em qual momento se permitiu acreditar em ilusões. Cléo explicou: “Quando apostou as fichas da alegria e da felicidade em situações que estavam fora do seu controle. A ilusão surge em acreditar que algo ou alguém possa preencher o abismo interior, um enorme vazio gravitacional que se abre no descuido de um dia qualquer, que, como um monstro insaciável, suga e esgota a vida. Todo prazer terá curta duração; a imagem no espelho mostrará alguém que não está ali porque não está em lugar nenhum”. Assustado, Eduardo balançou a cabeça como se soubesse do que a bela bruxa falava. Ele indagou onde encontrar a alegria e a felicidade. Cléo foi categórica: “Você é a razão das suas alegrias cuja origem está em enxergar o lado bom que há em todas as situações; o que ilumina a vida é a clareza do olhar”. Observou o mar sem fim por alguns instantes e prosseguiu: “A alegria é uma virtude que, como as demais, deve ser entendida e agregada como ferramenta de autoconstrução e bem viver. Por sua vez, a felicidade surge ao se perceber uma pessoa diferente e melhor, mais criativa e amorosa a cada dia. Trata-se de uma plenitude diretamente ligada ao processo evolutivo, decorrente da capacidade de olhar para trás e constatar o quanto já caminhou. Enquanto acreditar que necessita de algo ou alguém para lhe entregar o que somente poderá encontrar dentro de você, viverá insistentes ciclos de ilusões e desilusões, decepções e frustações; nada nem ninguém conseguirá o arrancar do abismo. Cada qual retorna à tona através dos próprios esforços, ao entender que a luz é uma vitória pessoal, pois se trata da conquista de si mesmo. Compartilhar com o mundo toda a nossa alegria e felicidade é maravilhoso. Contudo, só podemos entregar aquilo que temos; ninguém oferece flores se vive em um deserto inóspito. Construa a si próprio como sendo a obra da sua vida, sem esquecer que, ao contrário do que muitos acreditam, a utilidade possui mais beleza do que o design. Ao cultivar o seu próprio jardim, terá o poder da vida em suas mãos. Poderá amar todas as pessoas. Desde que não haja qualquer cobrança nem dependência, todos os relacionamentos são ricos pelas diferenças que nos explicam e aperfeiçoam. Esse amor-próprio com o qual precisamos nos cuidar decifra o enigma contido nos versos dos trovadores: eis é o amor que liberta”.

Cléo prosseguiu: “Ame todas as pessoas que puder, mas jamais pague aluguel à alegria ou à felicidade. O sentido da vida precisa morar dentro de você. Se não o encontrar em suas próprias escolhas e movimentos, significa que ainda não o compreendeu”. Ajeitou os longos cabelos negros que sacudiam ao vento e alertou sobre o perigo de acreditar que coisas ou pessoas possam nos completar: “Você se tornará uma presa recorrente às armadilhas das frustrações, uma variante mais grave da decepção pelo nefasto efeito de nos trazer a sensação de impotência diante do inesperado; as quedas parecerão definitivas pela aparente incapacidade de reação. Fatos indomáveis acontecerão muitas vezes ao longo da existência, pois nenhum controle temos sobre as escolhas das outras pessoas. Acostume-se ao inesperado. Nada há de errado na impermanência dos ventos que sopram em todas as direções; ao contrário, servem para nos ensinar a lidar com todo tipo de situação e dificuldade e, com isto, consolidar a nossa força e o equilíbrio intrínsecos. Na superação de cada revés, uma vitória sobre si mesmo. Somente assim sentimos o poder da vida nas próprias mãos; a beleza da alma vem à tona, o jardim floresce e encantamos o mundo. No entanto, não esqueça de agradeça ao inesperado pela dificuldade oferecida”. Em seguida, fez uma ponderação antes de perguntar: “Se sentimentos impulsionam ou aprisionam pensamentos, como se sentirá o indivíduo que deixa o melhor da vida sucumbir diante dos acontecimentos irrefreáveis?”. Amargo, ansioso, deprimido, acovardado ou revoltado foram algumas das respostas oferecidas pelo Eduardo. A bruxa emendou outra pergunta: “Percebe que os sentimentos são determinantes na construção de quem somos?”. Eduardo disse sim com a cabeça. Ela continuou: “Gentileza, serenidade, alegria, coragem, esperança, mansidão e fé são algumas das diversas manifestações de amor-próprio disponíveis que, com certeza, permitirão dias bem diferentes”. Ofereceu um lindo sorriso e pontuou: “A vida apresenta um caminho conforme cada sentimento”.

Em seguida, esclareceu: “Os sentimentos dependem de como o indivíduo se relaciona consigo, questão determinante para compreender como irá lidar com cada acontecimento, semente de todas as flores ou espinhos que germinam no coração para impulsionar ou sabotar os pensamentos. Significa ir além ou ficar aquém de si mesmo”.

Eduardo ficou um tempo calado como quem precisa organizar as prateleiras da mente e os armários do coração. Depois, disse que começava a compreender que aquilo que chamava de caos era a necessidade de uma grande e indispensável arrumação interna. Contudo, alegou que a vida tinha sido rigorosa por demais ao tirar de uma só vez o que de mais importante existia. Cléo franziu as sobrancelhas e o lembrou: “Se você observar os acontecimentos como uma perda irreparável, sentirá uma enorme frustração e, por consequência, será tomado por um sentimento de impotência capaz de o levar ao estado de absoluto desânimo. Contudo, se olhar a situação em busca do mestre que se oculta em todas as dificuldades, entenderá o caos como uma parada compulsória, porém, indispensável para que reavalie, repense e reinvente a si mesmo. Uma maravilhosa oportunidade para recomeçar sob novos fundamentos. A destruição provocada retira da sua existência coisas, situações e pessoas que dificultavam as mudanças evolutivas. Não que algo ou alguém o impedisse; o que o aprisionava era o apego que você possuía por tudo que o cercava. Ao derrubar as paredes da prisão, a vida o ajudou a se libertar da armadilha construída pelo comportamento limitante que adotara como estilo de ser e viver. Aquilo que muitos interpretam como perdas, em verdade, são plataformas de embarque para as viagens mais importantes da vida pela fantásticas oportunidades de transformação que permitem. As conquistas evolutivas que demorariam anos, ou nem mesmo fossem possíveis nesta existência, em razão de você considerar os enganos convenientes e satisfatórios, talvez se tornem viáveis em poucos meses. Erga-se e caminhe. A vida o convida a reflexões profundas, a olhar para si mesmo de outra maneira, rever conceitos, valores e escolhas; se conhecer melhor, aprofundar sentimentos, ampliar ideias e possibilidades. Reconstruir-se de um jeito até então impensado”. Arqueou os lábios em lindo sorriso e fez uma consideração seguida de uma pergunta que não precisava de resposta: “Ao invés de se sentir traído, consegue perceber o gesto de amor da vida para contigo?”. Depois, concluiu: “Agradeça e aproveite!”.

O meu amigo tornou a se calar. Desta vez por um longo tempo. Os seus olhos buscavam por barcos no extremo do horizonte atlântico. Barcos que navegavam ao gosto dos ventos e sabor das marés, rumo a destinos incompatíveis à verdade da sua alma. Ele trazia os barcos de volta ao cais para que pudessem reiniciar a viagem. Foi nesse tom poético que falou ao retornar da introspecção. Disse entender que, apesar de ocupar um cargo de aparente poder, cujas decisões tinham repercussões significativas na economia do país, sempre estivera limitado por forças políticas que, na realidade, decidiam por ele. Em parte, um fantoche, um pastiche de homem poderoso; um navio à deriva. Embora se negasse a ver, o casamento tinha naufragado há muitos anos. Não mais lembrava a última vez que a esposa demonstrara carinho e cuidado por ele; o fascínio de Helena era pelos salões políticos, as recepções suntuosas, os privilégios e o luxo que ele não mais poderia proporcionar. Não havia lamento nem melodrama. Apenas o despertar da consciência. Sem mágoas nem ressentimentos, mas com humildade ao entender o tanto que ainda faltava construir em si mesmo; com simplicidade por arrancar as máscaras dos enganos, afastar as desilusões e se aproximar da verdade; com compaixão e respeito para, mesmo sem concordar, aceitar as pessoas como elas são, até porque ninguém pode exigir a perfeição que não tem para oferecer; sinceridade para aceitar que tudo aconteceu porque ele assim permitiu e, não menos importante, profunda gratidão pelas portas que se abriam dentro dele, por onde poderia avançar e crescer.  Nascia um novo homem, cujo único poder que buscava era se tornar dono de um lindo jardim interno. Entendera que as escolhas se multiplicam na clareza do olhar, a verdade define pela melhor delas e as virtudes são os instrumentos modificadores da realidade. Havia muito amor dentro dele; amor por si e pela vida. Isto bastava para recomeçar. Tomado por intensa alegria, Eduardo sorriu como há muito não conseguia. Não era o sorriso da polidez social nem reflexo inconsciente de uma insegurança qualquer. Era o sorriso de um coração que tinha reencontrado a paz. Virou-se para a bruxa e murmurou como se fosse imprescindível repetir um segredo para que jamais o esquecesse: “Para cada sentimento existe um caminho”.

Cléo não disse palavra. Em seguida, acompanhada pelas gaivotas, começou a rodopiar à beira do penhasco em velocidade estonteante. O seu vestido parecia formar asas multicoloridas. Nesse balé fantástico foi se distanciando de onde estávamos até desaparecer. O Eduardo que subiu a Pedra Bonita nunca mais foi encontrado; quem desceu de lá foi outro Eduardo. Tornou-se um homem muito bonito; aos que queriam saber o segredo da beleza, respondia que agradecia às dificuldades.

6 comments

Sheylla setembro 11, 2023 at 4:20 pm

Como eu amo essa bruxa Cléo! Quanta sabedoria! Obrigada!!

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Maangoba setembro 13, 2023 at 11:14 pm

Torcendo pra encontrar a Cleo na próxima vez que eu for à Pedra Bonita!!

Gratidão pela partilha

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Rhodolfo Diniz novembro 4, 2023 at 2:54 pm

Gratidão!! 🙏😁

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Terumi novembro 5, 2023 at 1:39 am

Gratidão 🙏

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Augusto novembro 27, 2023 at 2:03 pm

Grato meu irmão ✨

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Michelle dezembro 16, 2023 at 1:16 pm

Estava algum tempo sem ler seus textos, como me fez falta ! Gratidão !

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