TAO TE CHING

TAO TE CHING, o romance (O Terceiro limiar – O império de si mesmo)

TERCEIRO LIMIAR – O IMPÉRIO DE SI MESMO.

No outro lado da mandala me deparei com enormes e bem cuidados jardins que circundavam uma pequena casa. O lugar transmitia uma agradável sensação de tranquilidade. Um homem mais velho andava pelas veredas de terra margeadas por gramados e plantas conversando com dois jovens. Chamou-me atenção as roupas que vestiam. Entendi que o vestuário era um dos elementos que sempre ajudariam para me situar onde eu estava naquela estranha viagem. A arquitetura seria outro fator de auxílio. Havia elegância no despojamento daqueles homens em se vestir, uma simplicidade também motivada pelo calor. Sentei-me em um banco de pedras no jardim e me dediquei a observar. Ao longe, um conjunto de pequenos prédios no alto de uma colina. Entre eles, identifiquei o Parthenon, com as suas clássicas pilastras ao estilo da Grécia Antiga, antes de restar destruído pelos venezianos. Os homens contornaram o jardim e quando passaram à minha frente, o mais velho me perguntou se eu também tinha interesse em aprender filosofia. Atônito, apenas balancei a cabeça afirmativamente. Com modos gentis, ele me pediu para eu ir ao mercado comprar alguns mantimentos. Na volta, começaríamos os estudos. Deixou algumas moedas comigo e tornou a andar pelos jardins acompanhado pelos homens mais jovens que entendi serem seus alunos.  A casa ficava nos subúrbios de Atenas, mas não muito distante do mercado da cidade. Pequenas bancas de verduras, legumes, grãos, carnes e utensílios diversos se misturavam em um largo onde escravos também eram negociados. Em uma das extremidades, um homem bem vestido, fazia um discurso empolgado elogiando o administrador da cidade. Aplausos e vaias acirravam os ânimos dos ouvintes. Não consegui comprar muitas coisas com o dinheiro que me foi dado. Ao retornar à casa, expliquei ao homem mais velho que tinha feito o possível. Ele me ofereceu um doce sorriso e afirmou: “De quanto menos eu precisar mais livre serei”. Fez uma pausa e complementou: “O indispensável ao corpo é suficiente à alma”. Em seguida, sugeriu começarmos os estudos. Animado, perguntei onde era a sala de aula e ele apontou o jardim. Fez um sinal para eu o acompanhar. 

Assim que começamos, ele me perguntou qual impressão eu tivera do mercado. Falei que diferentes aspectos mereceram a minha atenção, entre eles, o homem que discursava fartos elogios ao governador. Isto irritou muitas pessoas. O filósofo comentou: “Durante séculos, os gregos acreditaram que ao montar as suas cidades de maneira organizada e funcional teriam a garantia de uma vida plena. Assim, viveriam em paz, seriam felizes, livres, dignos e repletos em amor. Então, se empenharam em estruturar as denominadas polis. Tudo parecia perfeito até sermos subjugados pelos macedônios. Aquilo que seria, deixou de ser. Passamos a depender da boa vontade dos novos administradores que possuem conceitos bem diferentes aos nossos. Como ser pleno a partir da dependência gerada? Havia um equívoco na equação, pois o resultado não se mostrara correto. Sem dúvida, viver em uma cidade bem administrada, com bons conceitos de educação e justiça, tornam a convivência harmônica, facilitando para que os dias sejam prazerosos. Contudo, quais prazeres são essenciais?”.

Como eu nada disse, ele prosseguiu: “Quase todos desejam a paz e a felicidade, apenas para ficar nos exemplos mais comuns. Estão errados? Penso que não. Mas o que seria necessário para atingirem tal objetivo?” Fez uma pausa antes de continuar: “As mordomias da fortuna, os privilégios da política e das leis, as relações sensoriais onde o prazer também reside na sensação de domínio sobre os outros, são alguns dos meios mais usuais nos quais muitos acreditam que encontrarão os fins desejados, como a dignidade e o amor. Porém, ninguém chega ao destino certo ao percorrer a estrada errada. Depois de todo esforço se dão conta que continuam tão distantes como no início do percurso; com uma desvantagem, não terão mais o tempo como aliado. Ao se tornar vilão, o tempo instala uma amarga sensação de vazio, típico de uma vida que poderia ter sido, mas não foi”.

Franziu as sobrancelhas, como para ressaltar a seriedade, e disse: “A análise da situação não termina nesse ponto. Ainda há mais”. Tornou a fazer uma pausa e prosseguiu: “Buscamos pelo mel da vida através das conquistas que realizamos no mundo. Conquistas que nos conduzem a disputas interpessoais através do domínio e da subjugação da vontade alheia, seja por fascínio, seja por imposição. Contudo, outras questões ressaltam deste ponto. Como tais mecanismos de sucesso não dependem exclusivamente da nossa capacidade ou vontade, nos tornamos dependentes de como as pessoas irão reagir a cada movimento nosso. O resultado sempre ficará circunscrito a aceitação que iremos angariar, ou seja, além do nosso controle. Como neste modelo de raciocínio o resultado é primordial para definir aquilo que entendemos como vitória ou derrota, estabelecemos um vínculo vicioso com o mundo. A vida nos escapa das mãos. Já não me pertenço”.

Ele quis saber se eu tinha visto os escravos sendo negociados no mercado da cidade. Falei que sim. O filósofo alertou: “Todo escravo é uma espécie de prisioneiro. Aqueles que você viu no mercado se caracterizam por não terem domínio sobre o próprio corpo. No entanto, existem outros tipos bem mais severos de escravidão, muito além do alcance dos olhos. A liberdade se inicia no pensar, se aprofunda no sentir e se completa nas escolhas”.

Pedi para ele explicar melhor. O professor era gentil: “Liberdade é muito mais que viajar para Veneza, visitar o Oriente ou navegar pelas costas da África. A liberdade consiste em viver no limite da verdade alcançada. É se apoderar tanto do seu sim quanto do próprio não, é entender todas as possibilidades de escolhas e conseguir se determinar no compasso da própria vontade. Sem machucar ninguém. Trata-se de um poder exclusivo da consciência, que se expande na percepção e sensibilidade de quem genuinamente ainda não somos, sem margem aos enganos, enquanto se faz uma aperfeiçoada leitura do mundo ao redor. O corpo é uma embarcação, mas pouco diz sobre a capacidade do navegante. O domínio sobre o corpo é relativo, pois uma doença, a idade, um acidente ou mesmo uma sentença de prisão podem limitar os seus movimentos, mas não suas ideias e sentimentos. Pensar, sentir e escolher são de propriedade do espírito; logo, somente este poderá ser integralmente livre. A condição fundamental é que se conheça a verdade, afinal, ninguém é livre enquanto aprisionado nas próprias mentiras e ignorâncias. Não existe prisão mais estreita do que não saber que não sei. Há mais almas encarceradas pelo mundo do que corpos entre paredes de uma cela. Uma realidade triste e ainda pouco compreendida”. 

Questionei a razão pela qual um assunto de tamanha importância ainda era tão pouco comentado. Ele explicou: “A verdade é a chave que liberta. Nem todos estão prontos para lidar com tamanho poder”, afirmou com tom de voz sereno. Em seguida, prosseguiu: “Tudo que incomoda no viver sinaliza algo ainda mal estruturado dentro do ser. Quando acontece, significa a necessidade de alguma transformação. Não no mundo, mas em nós. Podemos não gostar de muitas situações, é normal que ocorra. O que não pode acontecer é darmos permissão para que quaisquer fatos tenham poder de nos arrancar do eixo luz em que vivemos, nos conduzindo à escuridão dos dias. Sofrimentos e medos produzem fragilidade e desequilíbrio. Se existem é porque ignoramos os mecanismos que os produzem e, assim, permitimos que nos dominem. Sofrimentos e medos são cruéis capatazes que trabalham a serviço da ignorância, o grande mercador de almas”. 

Calou-se por instantes antes de concluir: “Conhecer-me para desconstruir um estilo de ser e viver para, em seguida, me reconstruir sobre novos fundamentos, me levará ao ponto de mutação no qual tudo muda. Nada se modifica sem as devidas transformações intrínsecas. Toda a Luz que preciso reside no meu próprio âmago. Acender e intensificar esta chama é sentido da vida”.

Perguntei que fundamentos eram esses a que se referia. O professou indagou: “Quais as causas dos nossos sofrimentos?”. Falei que muitas. Citei a pobreza, as doenças, a violência e o desamor como as mais comuns. Ele concordou com um movimento de cabeça. Em seguida, ponderou: “Conheço muitas pessoas ricas, porém, infelizes; não que seja uma regra, mas é possível encontrar felicidade nos bairros mais pobres de Atenas. Existem indivíduos em corpos saudáveis, mas que possuem almas enfermiças. A violência no mundo me rouba sossego de andar pelas ruas, no entanto, somente o medo que há dentro de mim pode me furtar a paz. Para amar, ao invés de esperar por um abraço, posso abrir os meus braços; sempre haverá alguém para se aninhar. Percebe que nada do que acontece no mundo pode me roubar o mel da vida se houver força e equilíbrio em minha alma?”. 

Fez uma pausa antes de prosseguir: “Toda escuridão desaparece diante de um olhar luminoso. Aprender uma diferente maneira de pensar, modifica o sentir; os sentimentos sutis impulsionam os pensamentos a paraísos desconhecidos”. E acrescentou: “Que fique bem claro, não se trata de uma fuga, mas de um inusitado Caminho, no qual muito daquilo que se considera fraqueza se revelará como força”. Interrompi para questionar de qual maneira seria possível tamanha conquista. Ele me revelou um segredo incomensurável: “As virtudes”. Em seguida, esclareceu: “Elas estão à disposição de qualquer pessoa; concedem poder a alma e reordenam os valores da vida”. 

Olhou-me de modo inquisitivo e perguntou: “Haverá indivíduo mais poderoso ou tesouro mais valioso?”. Sacudi a cabeça respondendo que não. A aula prosseguiu: “Quando procuro pelas riquezas do mundo, me torno escravo por causa das dependências que crio em função de um resultado que não tenho qualquer controle. Uma estupidez por construir uma existência que me manterá angustiado pela fragilidade e desequilíbrio que proporciona. Sofremos por tentar desesperadamente dominar aquilo que não podemos nem devemos. Esquecemos das conquistas primordiais: as virtudes que nos transformam e instrumentalizam a evolução”.

“A liberdade não está no corpo que se move, mas na alma que o anima. As virtudes têm o poder de nos movimentar pelo Caminho. Apenas elas, nada mais. Entender as virtudes é aprender a mil maneiras de amar”. O olhar do filósofo vagou por entre as flores do jardim. Depois, ele argumentou: “Cada indivíduo passa a depender apenas de si mesmo para seguir se arrastando ou conquistar as definitivas asas que o permitirá sobrevoar as tempestades da existência. As virtudes são autênticas fontes de leveza, força e equilíbrio. Quando agregadas a um estilo de ser e viver, formam e intensificam a Luz que afasta a escuridão dos dias”.

Perguntei como fazer para alcançar tal estágio. Ele explicou de uma maneira interessante: “Somos muitos em um. Contudo, cada indivíduo deve se ver como um império em si mesmo. Dentro de todos nós residem os mais estanhos habitantes; a falta de harmonia entre eles gera conflitos graves e dificulta o desenvolvimento desta cidade. Assim é comigo e contigo, assim é com todos. Dentro de cada um existe o nobre e o sorrateiro, o ingênuo e o sagaz, o juiz e o usurpador, o manso e o louco, o amante e o rejeitado, o insatisfeito e o conformado, o guerreiro e o sábio. Quem você escolheria para governar a cidade?”. Respondi que, sem dúvida, o sábio. O filósofo prosseguiu no método socrático: “O que fazer com os demais? Todos querem um lugar ao sol e cada qual pensa e sente de uma maneira própria. Devemos ignorar, negar, reprimir ou educar esse povo?”. Falei que o sábio se dedicaria em educar a todos, pois são importantes por fazerem parte de quem eu sou. Se faltar um, seguirei incompleto. O filosofo ponderou: “Entendeu agora? Mais do que as polis feitas de prédios e pedras, esta é a cidade fundamental que, se não funcionar bem, nenhum outro lugar poderá lhe proporcionar a beleza dos dias”. Fui sincero e disse que não tinha alcançado toda a extensão da explicação.

O filósofo ponderou: “Não exaltar homens ilustres evita a inveja e os conflitos”. Pedi para explicar melhor, ele foi didático: “O orgulho e a vaidade são duas sombras vulgares. Soberba e arrogância são características dos poderosos, ao menos aqueles que o mundo reverenciam com tais. São os administradores da maioria das cidades mundo afora. O orgulho e a vaidade exaltam o homem ilustre em aparência que anseia por reconhecimento e aplausos, característica típica das pessoas inseguras, que precisam esconder de si mesmas a fragilidade que não conseguem confessar nem superar. Vestem as máscaras da arrogância e as fantasias da prepotência para se iludirem melhores que são. Também para manter afastados todos aqueles que podem desvendar ou revelar a sua mentira. Não raro, chegam a acreditar no próprio engano que criaram para fugir do perfeito espelho, aquele que mostrará quem eles nunca foram. Como um monstro que a fome aumenta à medida que o alimentamos, a necessidade de elogios e aplausos se intensificará a cada dia. Não há como saciar um desejo vazio. Restará sofrimento que explodirá em ódio ou implodirá em tristeza. Culpam a cidade que vivem e se esquecem da cidade que são”.

Olhou-me com serenidade e indagou: “Quem hoje administra a sua cidade?”. Confessei que nunca tinha me observado por este prisma. Ele prosseguiu: “A depender de quem está no controle, a cidade haverá harmonia ou confusão. A desordem interna provoca os conflitos externos. Nunca ao contrário. Uma cidade estruturada e equilibrada pela força da sua própria Luz não se deixa abalar pelo inconformismo e bagunça da aldeia ao lado. Ainda que cheguem as ameaças e gritaria”.

Ele ampliou o raciocínio: “Dentro de cada um existe o sábio que conhece as razões puras da alma, mas há também alguns habitantes que, desde tempo imemoriais, foram condicionados a percorrerem as estradas do mundo e usufruírem dos prazeres, todos de superfície, ali proporcionados. Nem sempre por vileza, mas por acreditarem que assim terão acesso as maravilhas da vida. Alguns demoram muito tempo para perceberem o engano, outros desperdiçam a existência sem nada compreender. Por esta razão, o sábio aconselha ao povo que não colecionar tesouros evita a ganância e os roubos, pois os quer forte e equilibrados para entenderem o encanto que existe em rotas até então impensadas, menosprezadas ou desprezadas. Não que haja qualquer erro com a fortuna, mas para lembrar que ela não é prioridade, mas apenas aspecto de aprendizado. Contudo, como ouvir tal orientação quando se está faminto por luxo, mordomia, admiração e elogios? Nem sempre estamos prontos para entender que a percepção intrínseca da verdade é suficiente para oferecer todas as garantias de uma vida plena. Quem não entende o ser desperdiça o viver”. 

“Uma cidade construída sobre os alicerces do orgulho, da vaidade, da ganância e outras sombras afins, é igual a como habitar em um reino cujo imperador é o medo. Serão dias de tensão e ansiedade. Não haverá paz. A liberdade será uma desconhecida, a dignidade ficará escassa. O amor e a felicidade existirão apenas nos poemas”.

O filósofo continuou: “Não ostentar bens e atributos evita a perturbação do povo. Ninguém se prejudica mais do que cada um a si próprio. O sábio precisa mostrar ao povo, ou seja, a outra face dele mesmo, as vantagens reais de se possuir uma escala de prioridades virtuosa, sem as quais será impossível alcançar as verdadeiras riquezas. De nada vale para o amor os títulos que me foram concedidos por razões políticas ou interesses sociais, nenhum valor terá para a liberdade as propriedades que possuo, de pouco servirá para o amor um diploma que não me permita expandir e agregar virtudes que ainda não possuo; de compartilhar o melhor que criei em mim e para mim. A felicidade não depende de coisa nenhuma, mas somente do invisível conquistado no âmago do ser; a dignidade se molda no trato com toda a gente, o avesso da paz não é a guerra, mas o medo, cujo terror somente se desmancha quando entendemos a força da alma, melhor dizendo, a verdade do sábio e o equilíbrio que se origina a partir deste ponto”.

O sábio governa serenando corações, arrefecendo as emoções densas e desejos mundanos em si mesmo. Mostra ao povo a riqueza da humildade, o valor da simplicidade e como é preciosa a compaixão. Uma vida plena é fruto de uma existência repleta em virtudes. Assim, o sábio fortalece o povo enfraquecendo os desejos do povo. Desmanchar os ultrapassados vícios pelos desejos ancestrais que nos fazem caminhar em círculos, sem chegar a lugar nenhum, é primordial para a conquista do poder fundamental. Quanto mais alinhado o povo estiver ao eixo luminoso que serve de rumo às escolhas do sábio, ou seja, da alma, menos antagonismo restará para corrigir e educar em sua cidade. Se o povo não sente inveja nem ganância, o sábio não precisará intervir. Assim, o sábio agirá sem agir. Isto significa que não haverá mais a necessidade de raciocinar para corrigir rotas que conduzem aos abismos da existência, pois já se caminha rumo a Luz não apenas com a mente, mas também com o coração, em absoluta harmonia. O certo e o errado, o bem e o mal, aos poucos, adquirem encantadora clareza. Não haverá raciocínios tortuosos nem sentimentos vacilantes diante das bifurcações do Caminho. E tudo ficará em paz. Esta é a cidade que não podemos prescindir de governar pela necessidade de viveremos nela. Nesse império legítimo se esconde o ouro da existência e se oculta as maravilhas da vida”. 

O filósofo disse ter recebido em sua casa, dias atrás, um sábio do Oriente distante que lhe entregou um poema. Fez questão de recitá-lo:

“Um pequeno remo de madeira e

um colar de ouro com pedras preciosas

estão à disposição de todos.

O povo prefere o colar;

gosta da sensação de poder que proporciona.

O sábio escolhe o remo de madeira;

então, consegue atravessar o rio”.

Ao final, comentou enigmático: “Estamos em uma das margens do Rio Tempo, conhecida como existência. Precisamos atravessar as suas águas imprevisíveis e mortais. Para alcançar a outra margem do Tempo, sem sucumbir à morte, se faz imprescindível navegar a balsa da evolução”. Fez uma pausa antes concluir: “A evolução em si para além de si mesmo”.

Fomos interrompidos pelo burburinho de outros aprendizes que chegavam para os aprendizados daquele final de tarde. O filósofo fez sinal para eles se aproximarem e voltou a andar pelas alamedas do jardim. Foi acompanhado pelos alunos, já acostumados ao formato das aulas. Fiz menção em segui-los, quando notei uma mandala grená e dourada em forma de cruz próxima ao muro da casa. Entendi o recado que aquela lição se encerrara. Esperei um pouco para que os olhos do sábio, ao contornar o jardim, encontrassem com os meus; levantei a mão em sinal de agradecimento. Ele sorriu e balançou a cabeça como resposta. Fui em direção à mandala.

POEMA TRÊS

Não exaltar homens ilustres

Evita inveja e conflitos.

Não colecionar tesouros

Evita a ganância e os roubos.

Não ostentar bens e atributos

Evita perturbações no povo.

O sábio governa serenando corações.

Fortalece o povo

Enfraquecendo os desejos do povo.

Se o povo não sente inveja nem ganância,

O sábio não precisará intervir.

Agirá sem agir,

E tudo ficará em paz.

8 comments

Terumi outubro 31, 2021 at 5:28 pm

Gratidão 🙏

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vivi novembro 1, 2021 at 1:34 pm

Maravilhoso!!! Gratidão!

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SCHWEITZER novembro 17, 2021 at 2:20 pm

Sem duvida meu conto preferido desta iluminada saga nova.

Amei.

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Vidyapriya novembro 28, 2021 at 12:02 pm

sempre perfeito, sejamos a construção de nosso império interior …

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Ana Lúcia Tavares janeiro 15, 2022 at 6:25 pm

Muito grata.

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Beatriz Unruh outubro 19, 2022 at 2:13 pm

Gratidão!!!

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Aprendiz dezembro 13, 2022 at 4:20 pm

pensar na cruz, e me deparar ao fim com ela. obrigado.

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Erikson dezembro 7, 2023 at 7:54 am

Justo e Perfeito!

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